O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (07), após reunião de dois dias, elevar a taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) em 0,5 ponto percentual, passando de 14,25% para 14,75% ao ano. A decisão foi unânime e veio conforme as expectativas de analistas do mercado financeiro.
De acordo com comunicado do colegiado, o cenário é de incerteza para a próxima reunião, o que “demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”.
O ajuste na taxa Selic visa conter a inflação, que está acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3%, com 1,5 ponto percentual de tolerância para cima ou para baixo.
No acumulado em 12 meses finalizados em março, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresenta um avanço de 5,48%. Somente no mês de março, a alta foi de 0,56%, após 1,31% no mês anterior. A divulgação da leitura do mês de abril está marcada para esta sexta-feira (09).
Balanço de riscos
O comunicado ainda apontou que os riscos para a inflação estão mais elevados do que o normal, mas tanto os riscos de alta quanto os de baixa. O colegiado elenca como riscos altistas a desancoragem das expectativas inflacionárias e uma resiliência na inflação de serviços maior do que o previsto diante de um hiato do produto mais positivo.
Além disso, o documento menciona “uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada”. Enquanto isso, entre os riscos de baixa, estão possível desaceleração da atividade econômica brasileira e internacional, além da queda nos preços das commodities.
Foto: Banco Central
Projeções de mercado para 2025
No Boletim Focus divulgado nesta semana pelo BCB, economistas de mercado estimaram que a Selic termine o ano em 14,75%. Na pesquisa anterior, divulgada na semana passada, a perspectiva era de que a taxa terminasse o ano em 15%. Enquanto isso, a projeção para a inflação também foi revisada para baixo no intervalo de uma semana, passando de 5,55% para 5,53%.
